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segunda-feira, 6 de abril de 2020

GEOGRAFIA - PROF. FABRÍCIO

https://www.youtube.com/watch?v=BW8GR-WRkls
GEOGRAFIA
3ª ETAPA
ASSUNTO: MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E PANDEMIA
MATERIAL DISPONIBILIZADO: VÍDEOAULA E QUESTÕES PROPOSTAS
SUPORTE DIDÁTICO: COLEÇÃO VIVER, APRENDER (CAPÍTULO 9)


ATIVIDADE SOBRE A VÍDEOAULA “GEOGRAFIA DO CORONAVÍRUS”
01. Qual o tema central da videoaula?
02. No início do vídeo, o professor dá uma definição de Geografia. Qual é?
03. Quais os casos citados de epidemias na história? O que elas têm em comum?
04. Como é chamado o inchaço (aumento) urbano que ocorreu na China há alguns anos? Qual foi a consequência desse fenômeno e as medidas adotadas pelo governo chinês?
05. Como se deu o êxodo rural chinês, tendo como explicação as Zonas Econômiças Especiais (ZEES)?
06. Utilizando-se de dados de uma tabela, em que ano e com quais percentuais de população no campo e na cidade, a China mostra-se urbana?
07. Qual a relação entre os movimentos populacionais chineses com o aparecimento das epidemias?
08. Por que, a epidemia do Coronavírus se disseminou da China para o mundo se transformando em uma pandemia?
09. Pesquise, no campo da Biologia, se a hipótese do professor de Geografia, tem fundamento ou não. Apresente sua resposta em um  pequeno texto.


BIOLOGIA - Professora Auxiliadora


Ceja Professor Moreira Campos
EXERCICIOS DE BIOLOGIA 
Etapa 2 – capitulo 11 – Coleção Viver e Aprender- A saúde do trabalhador (páginas 283 a 288)
Professora Auxiliadora Simões.
Nome ___________________________________________________   matricula _______


1- Defina câncer.
2- Diferencie tumor benigno de tumor maligno.
3- Na sua opinião o que significa saúde?
4- O que diz a constituição com respeito a saúde?
5- O que vem a ser insalubridade?
6- Quando se considera um acidente como acidente de trabalho?
7- Cite formas de atividades que podem gerar acidentes de trabalho.
8- Que tipo de equipamento de proteção individual devem ser utilizados pelos trabalhadores para evitar riscos à saúde?
a)       Qual a importância dos EPIs para a pandemia do COVID 19?
b)      Quais são os deveres do trabalhador em relação aos EPIs?
9- Por quê foi escolhido um Dia Mundial de Segurança e Saúde do Trabalhador?
10- Qual o objetivo da CIPA? Como ela é composta?
11- Leia o texto abaixo e diferencie epidemia e pandemia.
12- Quais os sintomas da Covid 19?
Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderada, semelhantes a um resfriado comum. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem. Os coronavírus comuns que infectam humanos são alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Alguns coronavírus podem causar síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave que ficou conhecida pela sigla SARS da síndrome em inglês “Severe Acute Respiratory Syndrome”. SARS é causada pelo coronavírus associado à SARS (SARS-CoV), sendo os primeiros relatos na China em 2002. O SARS-CoV se disseminou rapidamente para mais de doze países na América do Norte, América do Sul, Europa e Asia, infectando mais de 8.000 pessoas e causando entorno de 800 mortes, antes da epidemia global de SARS ser controlada em 2003. Desde 2004, nenhum caso de SARS tem sido relatado mundialmente.

Em 2012, foi isolado outro novo coronavírus, distinto daquele que causou a SARS no começo da década passada. Esse novo coronavírus era desconhecido como agente de doença humana até sua identificação, inicialmente na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países do Oriente Médio, na Europa e na África. Todos os casos identificados fora da Península Arábica tinham histórico de viagem ou contato recente com viajantes procedentes de países do Oriente Médio – Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Jordânia.

Pela localização dos casos, a doença passou a ser designada como síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS, do inglês “Middle East Respiratory Syndrome” e o novo vírus nomeado coronavírus associado à MERS (
MERS-CoV).

ManifestaçõesClínicas

Os coronavírus humanos comuns causam infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Os sintomas podem envolver coriza, tosse, dor de garganta e febre. Esses vírus algumas vezes podem causar infecção das vias respiratórias inferiores, como pneumonia. Esse quadro é mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou em idosos.
O MERS-CoV, assim como o SARS-CoV, causam infecções graves. Para maiores informações sobre as manifestações clínicas do MERS-CoV, acesse a página sobre 
MERS-CoV.

Período de incubação

De 2 a 14 dias

Período de Transmissibilidade

De uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas É possível a transmissão viral após a resolução dos sintomas, mas a duração do período de transmissibilidade é desconhecido para o SARS-CoV e o MERS-CoV. Durante o período de incubação e casos assintomáticos não são contagiosos.

Transmissão inter-humana

Todos os coronavírus são transmitidos de pessoa a pessoa, incluindo os SARS-CoV, porém sem transmissão sustentada. Com relação ao MERS-CoV, existem a OMS considera que há atualmente evidência bem documentada de transmissão de pessoa a pessoa, porém sem evidencias de que ocorra transmissão sustentada.

Modo de Transmissão


De uma forma geral, a principal forma de transmissão dos coronavírus se dá por contato próximo* de pessoa a pessoa.

* Definição de contato próximo: 
Qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família; que tenha tido contato físico com o paciente; tenha permanecido no mesmo local que o paciente doente (ex.: morado junto ou visitado).
Fonte de infecção

A maioria dos coronavírus geralmente infectam apenas uma espécie animal ou, pelo menos um pequeno número de espécies proximamente relacionadas. Porém, alguns coronavírus, como o SARS-CoV podem infectar pessoas e animais. O reservatório animal para o SARS-CoV é incerto, mas parece estar relacionado com morcegos. Também  existe a probabilidade de haver um reservatório animal para o  MERS-CoV que foi isolado de camelos e de morcegos.





ARTE - Professor Haroldo Holanda


ATIVIDADES DOMICILIARES 7º ANO

1. Antigamente, os artistas plásticos não compravam seus materiais de trabalho em lojas e papelarias. As tintas, por exemplo, eram produzidas por eles próprios, extraídas de elementos naturais. Quais? Marque a opção correta.

A). Frutas, minerais e insetos.
B). Ferro, espuma e argila.
C). Fogo, pedra e cal.
D). Ferro, argila e madeira

2. Observe as duas imagens e marque a opção correta:



A). (   ) Todo trabalhador desempenha um papel, uma função na sociedade. Somente os artistas estão fora dessa afirmação.
B). (   ) As profissões que exigem força física, não exigem grande capacidade intelectual.
C). (   ) As máquinas podem substituir o homem em todas as tarefas que a sociedade necessita.
D). (   ) Independente do trabalho exercido pelo homem - individual ou coletivo - ele sempre necessitará  do trabalho de outras pessoas para viver em sociedade.



3. Coragem, a gente precisa ter fé!
Escute a música “Coragem”, interpretada por Diogo Nogueira, e escreva no mínimo 4 linhas sobre o tema abordado na composição.


Para ouvir a música vá ao Google (internet) e escreva: Diogo Nogueira – Coragem ao vivo

PORTUGUÊS - Professora Márcia Brasil


As Cerejas - Lygia Fagundes Telles
Aquela gente teria mesmo existido? Madrinha tecendo a cortina de crochê com um anjinho a esvoaçar por entre rosas, a pobre Madrinha sempre afobada, piscando os olhinhos estrábicos, vocês não viram onde deixei meus óculos? A preta Dionísia a bater as claras de ovos em ponto de neve, a voz ácida contrastando com a doçura dos cremes, esta receita é nova... Tia Olívia enfastiada e lânguida, abanando-se com uma ventarola chinesa, a voz pesada indo e vindo ao embalo da rede, fico exausta no calor... Marcelo muito louro - por que não me lembro da voz dele? - agarrado à crina do cavalo, agarrado à cabeleira de tia Olívia, os dois tombando lividamente azuis sobre o divã. Você levou as velas à tia Olívia? , perguntou Madrinha lá embaixo. O relâmpago apagou-se. E no escuro que se fez, veio como resposta o ruído das cerejas se despencando no chão.
A casa em meio do arvoredo, o rio, as tardes como que suspensas na poeira do ar - desapareceu tudo sem deixar vestígios. Ficaram as cerejas, só elas resistiram com sua vermelhidão de loucura. Basta abrir a gaveta: algumas foram roídas por alguma barata e nessas o algodão estoura, empelotado, não, tia Olívia, não eram de cera, eram de algodão suas cerejas vermelhas.Ela chegou inesperadamente. Um cavaleiro trouxe o recado do chefe da estação pedindo a charrete para a visita que acabara de desembarcar.
- É Olívia! - exclamou Madrinha. - É a prima! Alberto escreveu dizendo que ela viria, mas não disse quando, ficou de avisar. Eu ia mudar as cortinas, bordar umas fronhas e agora!... Justo Olívia. Vocês não podem fazer idéia, ela é de tanto luxo e a casa aqui é tão simples, não estou preparada, meus céus! O que é que eu faço, Dionísia, me diga agora o que é que eu faço!
Dionísia folheava tranqüilamente um livro de receitas. Tirou um lápis da carapinha tosada e marcou a página com uma cruz.
- Como se já não bastasse esse menino que também chegou sem aviso...
O menino era Marcelo. Tinha apenas dois anos mais do que eu mas era tão alto e parecia tão adulto com suas belas roupas de montaria, que tive vontade de entrar debaixo do armário quando o vi pela primeira vez.
- Um calor na viagem! - gemeu tia Olívia em meio de uma onda de perfumes e malas. - E quem é este rapazinho?
- Pois este é o Marcelo, filho do Romeu - disse Madrinha. - Você não se lembra do Romeu? Primo-irmão do Alberto...
Tia Olívia desprendeu do chapeuzinho preto dois grandes alfinetes de pérola em formado de pêra. O galho de cerejas estremeceu no vértice do decote da blusa transparente. Desabotoou o casaco.
- Ah, minha querida, Alberto tem tantos parentes, uma família enorme! Imagine se vou me lembrar de todos com esta minha memória. Ele veio passar as férias aqui?
Por um breve instante Marcelo deteve em tia Olívia o olhar frio. Chegou a esboçar um sorriso, aquele mesmo sorriso que tivera quando Madrinha, na sua ingênua excitação, nos apresentou a ambos, pronto, Marcelo, aí está sua priminha, agora vocês poderão brincar juntos . Ele então apertou um pouco os olhos. E sorriu.
- Não estranhe, Olívia, que ele é por demais arisco - segredou Madrinha ao ver que Marcelo saía abruptamente da sala. - Se trocou comigo meia dúzia de palavras, foi muito. Aliás, toda a gente de Romeu é assim mesmo, são todos muito esquisitos. Esquisitíssimos!
Tia Olívia ajeitou com as mãos em concha o farto coque preso na nuca. Umedeceu os lábios com a ponta da língua.
- Tem charme...
Aproximei-me fascinada. Nunca tinha visto ninguém como tia Olívia, ninguém com aqueles olhos pintados de verde e com aquele decote assim fundo.
- É de cera? - perguntei tocando-lhe uma das cerejas.
Ela acariciou-me a cabeça com um gesto distraído. Senti bem de perto seu perfume.
- Acho que sim, querida. Por quê? Você nunca viu cerejas?
- Só na folhinha.
Ela teve um risinho cascateante. No rosto muito branco a boca parecia um largo talho aberto, com o mesmo brilho das cerejas.
- Na Europa são tão carnudas, tão frescas.
Marcelo também tinha estado na Europa com o avô. Seria isso? Seria isso que os fazia infinitamente superiores a nós? Pareciam feitos de outra carne e pertencer a um outro mundo tão acima do nosso, ah! como éramos pobres e feios. Diante de Marcelo e tia Olívia, só diante dos dois é que eu pude avaliar como éramos pequenos: eu, de unhas roídas e vestidos feitos por Dionísia, vestidos que pareciam as camisolas das bonecas de jornal que Simão recortava com a tesoura do jardim. Madrinha, completamente estrábica e tonta em meio das suas rendas e crochês. Dionísia, tão preta quanto enfatuada com as tais receitas secretas.
- Não quero é dar trabalho - murmurou tia Olívia dirigindo-se ao quarto. Falava devagar, andava devagar. Sua voz foi se afastando com a mansidão de um gato subindo a escada. - Cansei-me muito, querida. Preciso apenas de um pouco de sossego...
Agora só se ouvia a voz de Madrinha que tagarelava sem parar: a chácara era modesta, modestíssima, mas ela haveria de gostar, por que não? O clima era uma maravilha e o pomar nessa época do ano estava coalhado de mangas. Ela não gostava de mangas? Não?... Tinha também bons cavalos se quisesse montar, Marcelo poderia acompanhá-la, era um ótimo cavaleiro, vivia galopando dia e noite. Ah, o médico proibira? Bem, os passeios a pé também eram lindos, havia no fim do caminho dos bambus um lugar ideal para piqueniques, ela não achava graça num piquenique?
Fui para a varanda e fiquei vendo as estrelas por entre a folhagem da paineira. Tia Olívia devia estar sorrindo, a umedecer com a ponta da língua os lábios brilhantes. Na Europa eram tão carnudas... Na Europa.
Abri a caixa de sabonete escondida sob o tufo de samambaia. O escorpião foi saindo penosamente de dentro. Deixei-o caminhar um bom pedaço e só quando ele atingiu o centro da varanda é que me decidi a despejar a gasolina. Acendi o fósforo. As chamas azuis subiram num círculo fechado. O escorpião rodou sobre si mesmo, erguendo-se nas patas traseiras, procurando uma saída. A cauda contraiu-se desesperadamente. Encolheu-se. Investiu e recuou em meio das chamas que se apertavam mais.
- Será que você não se envergonha de fazer uma maldade dessas?
Voltei-me. Marcelo cravou em mim o olhar feroz. Em seguida, avançando para o fogo, esmagou o escorpião no tacão da bota.
- Diz que ele se suicida, Marcelo...
- Era capaz mesmo quando descobrisse que o mundo está cheio de gente como você.
Tive vontade de atirar-lhe a gasolina na cara. Tapei o vidro.
- E não adianta ficar furiosa, vamos, olhe para mim! Sua boba. Pare de chorar e prometa que não vai mais judiar dos bichos.
Encarei-o. Através das lágrimas ele pareceu-me naquele instante tão belo quanto um deus, um deus de cabelos dourados e botas, todo banhado de luar. Fechei os olhos. Já não me envergonhava das lágrimas, já não me envergonhava de mais nada. Um dia ele iria embora do mesmo modo imprevisto como chegara, um dia ele sairia sem se despedir e desapareceria para sempre. Mas isso também já não tinha importância. Marcelo, Marcelo! chamei. E só meu coração ouviu.
Quando ele me tomou pelo braço e entrou comigo na sala, parecia completamente esquecido do escorpião e do meu pranto. Voltou-lhe o sorriso.
- Então é essa a famosa tia Olívia? Ah, ah, ah.
Enxuguei depressa os olhos na barra da saia.
- Ela é bonita, não?
Ele bocejou.
- Usa um perfume muito forte. E aquele galho de cerejas dependurado no peito. Tão vulgar.
- Vulgar?
Fiquei chocada. E contestei mas em meio da paixão com que a defendi, senti uma obscura alegria ao perceber que estava sendo derrotada.
- E, além do mais, não é meu tipo - concluiu ele voltando o olhar indiferente para o trabalho de crochê que Madrinha deixara desdobrado na cadeira. Apontou para o anjinho esvoaçando entre grinaldas. - Um anjinho cego.
- Por que cego? - protestou Madrinha descendo a escada. Foi nessa noite que perdeu os óculos. - Cada idéia, Marcelo!
Ele debruçara-se na janela e parecia agora pensar em outra coisa.
- Tem dois buracos em lugar dos olhos.
- Mas crochê é assim mesmo, menino! No lugar de cada olho deve ficar uma casa vazia - esclareceu ela sem muita convicção. Examinou o trabalho. E voltou-se nervosamente para mim. - Por que não vai buscar o dominó para vocês jogarem uma partida? E vê se encontra meus óculos que deixei por aí.
Quando voltei com o dominó, Marcelo já não estava na sala. Fiz um castelo com as pedras. E soprei-o com força. Perdia-o sempre, sempre. Passava as manhãs galopando como louco. Almoçava rapidamente e mal terminava o almoço, fechava-se no quarto e só reaparecia no lanche, pronto para sair outra vez. Restava-me correr ao alpendre para vê-lo seguir em direção à estrada, cavalo e cavaleiro tão colados um ao outro que pareciam formar um corpo só.
Como um só corpo os dois tombaram no divã, tão rápido o relâmpago e tão longa a imagem, ele tão grande, tão poderoso, com aquela mesma expressão com que galopava como que agarrado à crina do cavalo, arfando doloridamente na reta final.
Foram dias de calor atroz os que antecederam à tempestade. A ansiedade estava no ar. Dionísia ficou mais casmurra. Madrinha ficou mais falante, procurando disfarçadamente os óculos nas latas de biscoitos ou nos potes de folhagens, esgotada a busca em gavetas e armários. Marcelo pareceu-me mais esquivo, mais crispado. Só tia Olívia continuava igual, sonolenta e lânguida no seu negligê branco. Estendia-se na rede. Desatava a cabeleira. E com um movimento brando ia se abanando com a ventarola. Às vezes vinha com as cerejas que se esparramavam no colo polvilhado de talco. Uma ou outra cereja resvalava por entre o rego dos seios e era então engolida pelo decote.
- Sofro tanto com o calor...
Madrinha tentava animá-la.
- Chovendo, Olívia, chovendo você verá como vai refrescar.
Ela sorria umedecendo os lábios com a ponta da língua.
- Você acha que vai chover?
- Mas claro, as nuvens estão baixando, a chuva já está aí. E vai ser um temporal daqueles, só tenho medo é que apanhe esse menino lá fora. Você já viu menino mais esquisito, Olívia? Tão fechado, não? E sempre com aquele arzinho de desprezo.
- É da idade, querida. É da idade.
- Parecido com o pai. Romeu também tinha essa mesma mania com cavalo.
- Ele monta tão bem. Tão elegante.
Defendia-o sempre enquanto ele a atacava, mordaz, implacável: É afetada, esnobe. E como representa, parece que está sempre no palco . Eu contestava, mas de tal forma que o incitava a prosseguir atacando.
Lembro-me de que as primeiras gotas de chuva caíram ao entardecer, mas a tempestade continuava ainda em suspenso, fazendo com que o jantar se desenrolasse numa atmosfera abafada. Densa. Pretextando dor de cabeça, tia Olívia recolheu-se mais cedo. Marcelo, silencioso como de costume, comeu de cabeça baixa. Duas vezes deixou cair o garfo.
- Vou ler um pouco - despediu-se assim que nos levantamos.
Fui com Madrinha para a saleta. Um raio estalou de repente. Como se esperasse por esse sinal, a casa ficou completamente às escuras enquanto a tempestade desabava.
- Queimou o fusível! - gemeu Madrinha. - Vai, filha, vai depressa buscar o maço de velas, mas leva primeiro ao quarto de tia Olívia. E fósforos, não esqueça os fósforos!
Subi a escada. A escuridão era tão viscosa, que se eu estendesse a mão poderia senti-la amoitada como um bicho por entre os degraus. Tentei acender a vela mas o vento me envolveu. Escancarou-se a porta do quarto. E em meio do relâmpago que rasgou a treva, vi os dois corpos completamente azuis, tombando enlaçados no divã.
Afastei-me cambaleando. Agora as cerejas se despencavam sonoras como enormes bagos de chuva caindo de uma goteira. Fechei os olhos. Mas a casa continuava a rodopiar desgrenhada e lívida com os dois corpos rolando na ventania.
- Levou as velas para a tia Olívia? - perguntou Madrinha.
Desabei num canto, fugindo da luz do castiçal aceso em cima da mesa.
- Ninguém respondeu, ela deve estar dormindo.
- E Marcelo?
- Não sei, deve estar dormindo também.
Madrinha aproximou-se com o castiçal.
- Mas que é que você tem, menina? Está doente? Não está com febre? Hem?! Sua testa está queimando... Dionísia, traga uma aspirina, esta menina está com um febrão, olha aí!
Até hoje não sei quantos dias me debati esbraseada, a cara vermelha, os olhos vermelhos, escondendo-me debaixo das cobertas para não ver por entre clarões de fogo milhares de cerejas e escorpiões em brasa, estourando no chão.
- Foi um sarampo tão forte - disse Madrinha ao entrar certa manhã no quarto. - E como você chorava, dava pena ver como você chorava! Nunca vi um sarampo doer tanto assim.
Sentei-me na cama e fiquei olhando uma borboleta branca pousada no pote de avencas da janela. Voltei-me em seguida para o céu limpo. Havia um passarinho cantando na paineira. Madrinha então disse:
- Marcelo foi-se embora ontem à noite, quando vi, já estava de mala pronta, sabe como ele é. Veio até aqui se despedir, mas você estava dormindo tão profundamente.
Dois dias depois, tia Olívia partia também. Trazia o costume preto e o chapeuzinho com os alfinetes de pérola espetados no feltro. Na blusa branca, bem no vértice do decote, o galho de cerejas.
Sentou-se na beirada da minha cama.
- Que susto você nos deu, querida - começou com sua voz pesada. - Pensei que fosse alguma doença grave. Agora está boazinha, não está?
Prendi a respiração para não sentir seu perfume.
- Estou.
- Ótimo! Não te beijo porque ainda não tive sarampo - disse ela calçando as luvas. Riu o risinho cascateante. - E tem graça eu pegar nesta altura doença de criança?
Cravei o olhar nas cerejas que se entrechocavam sonoras, rindo também entre os seios. Ela desprendeu-as rapidamente.
- Já vi que você gosta, pronto, uma lembrança minha.
- Mas ficam tão lindas aí - lamentou Madrinha. - Ela nem vai poder usar, bobagem, Olívia, leve suas cerejas!
- Comprarei outras.
Durante o dia seu perfume ainda pairou pelo quarto. Ao anoitecer, Dionísia abriu as janelas. E só ficou o perfume delicado da noite.
- Tão encantadora a Olívia - suspirou Madrinha sentando-se ao meu lado com sua cesta de costura. - Vou sentir falta dela, um encanto de criatura. O mesmo já não posso dizer daquele menino. Romeu também era assim mesmo, o filho saiu igual. E só às voltas com cavalos, montando em pêlo, feito índio. Eu quase tinha um enfarte quando via ele galopar.
Exatamente um ano depois ela repetiria, num outro tom, esse mesmo comentário ao receber a carta onde Romeu comunicava que Marcelo tinha morrido de uma queda de cavalo.
- Anjinho cego, que idéia! - prosseguiu ela desdobrando o crochê nos joelhos. - Já estou com saudades de Olívia, mas dele?
Sorriu alisando o crochê com as pontas dos dedos. Tinha encontrado os óculos.




Respondam as seguintes questões abaixo de acordo com o conto “As cerejas”
.
  • 1.       Como apresenta-se o narrador desse conto?
  • 2.       Em que tempo acontece o conto?
  • 3.       Quais os personagens do conto?
  • 4.       Qual local acontece a história.
  • 5.       Como a protagonista e a antagonista se apresentam?
  • 6.       Escreva como você observou o conflito do conto.
  • 7.       Informe qual o clímax do conto.
  • 8.       Para finalizar, escreva o desfecho desse lindo conto.




ARTE - PROFESSOR HAROLDO HOLANDA

ATIVIDADES DOMICILIARES PARA 6º ANO

1.O cantor Luiz Fidélis lança canção educativa sobre o coronavírus. O artista cearense de Juazeiro do Norte, Luiz Fidélis, fez uma canção com dicas importantes para evitar o contágio pelo novo coronavírus (COVID-19).
Tarefas:
A). Vá ao Google (internet) e escreva: Luiz Fidélis lança canção educativa sobre o coronavírus.
B). Escute a música, copie a letra da mesma e cante.
C). Repasse o endereço eletrônico da canção para familiares e amigos em geral. (Vá ao Google (internet) e escreva Luiz Fidélis lança canção educativa sobre o coronavírus).

2. Você se identifica mais com qual linguagem artística: Música? Dança? Pintura? Teatro? Escultura?   Por quê?
Responda em 4 ou mais linhas.

3. Leia trechos da música “O dia em que a Terra parou”, de Raul Seixas e Claudio Roberto, e marque a opção correta:
Essa noite eu tive um sonho
De sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
O planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém ninguém


O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
E o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
(...)

A). (   ) Podemos perceber com a letra da música que dependemos uns dos outros para que a vida em sociedade funcione como um todo.
B). (   ) O significado de “a Terra parou” explica que durante o sonho a Terra parou de fazer os movimentos de rotação e translação.
C). (   ) Ao compor a letraRaul Seixas imaginou que todos os operários e patrões entrariam de greve em protesto contra as injustiças do mundo.
D). (   ) A linguagem musical é apenas direcionada ao entretenimento e não está, em nenhum momento, relacionada ao processo de formação dos estudantes.


INGLÊS - Professora Wal

https://youtu.be/BWf-eARnf6U

Corpo Meu Minha Morada: A Cenopoesia de Ray Lima

ARTE - The Jolly Boys direto da Jamaica

https://www.youtube.com/results?search_query=the+jolly+boys+rehab


The Jolly Boys – Roots of reggae

© Watts Matthew
Aproveitar o tempo, se divertir: “Jollyfication” é como chamam na Jamaica. E é sobre o que o Jolly Boys (aka Jah-lly) se trata. Música alegre largamente inspirada na rica cultura musical do interior jamaicano. Seu som distinto é o resultado da síntese criativa do Roots. Talvez melhor descrito como “reggae acústico”, eletrificante sem ser eletrificado.
Oque temos aqui é uma feliz mistura do velho e do novo. O repertório do Jolly Boys consiste desde versões novas de velhos sons de escavação – um jeito ritmado dos trabalhadores rurais cooperarem e coordenarem seus movimentos juntos – a deliciosas versões modernas de mento que rivalizam com o melhor calypso de Trinidad. Musicalmente, os Jolly Boys levam uma carga grande do Mento, um estilo próximo do calypso: enquanto o calypso se originou em Trinidad e espalho daquela parte para o resto do Caribe, o mento tem seu berço na Jamaica. Apesar de ter passado por várias transformações pelos anos, continua totalmente Jamaica. Adiciona um toque dos ritmos tradicionais Rastafari, uma dose de reggae e um pouquinho da pegada calypso à la Trinidad e você tem a musica dos Jolly – um maravilhoso repetório caribenho que agrada aos ouvidos e alegra a alma. Música irie.
Mas os Jolly Boys oferecem mais do que só boa música. Entre eles estão dois grandes compositores, Donald Davidson e Fitz Ramus, ambos com muito à dizer. Fitz escreve a música mais típica dos caribenhos, exemplificado pelo “Sarah” ou a “Fat Wife”. E num outro lado, Donald escreve música consciente, social e politicada, assim como os Roots produzidos na época. Testemunhe o comentário político em “thousands of Children”, o protesto implícito em “Crackdown” e a mensagem espiritual de Joy Bells.
Então, mesmo os Jolly Boys sendo em primeira estância artistas (tendo já tocado para diversos turistas americanos em clubes), é óbvio que eles tem um senso sócio-político surgido pós independência. Ouvintes então tem de dar atenção as letras e não só ao ritmo contagiante – pois os Jolly Boys falam o que pensam.
Nuff Said. Toque este disco e aprecie a mistura especial do roots acústico dos pioneiros Jolly Boys, como dizem na Jamaica, “Mek we have some jollification”






Sobre Solda


Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 40 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br




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A vacinação e o sistema imunológico