ATIVIDADE DE PORTUGUÊS
Professora : Luiza Gomes
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COLEÇÃO
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EM
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Viver Aprender
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3
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4 e 5
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A
CRÔNICA
O dia-a-dia como
matéria-prima ou inspiração é muito comum principalmente na crônica, gênero de
texto que ultrapassa as fronteiras entre a literatura e o jornalismo. Quando
produzida, a crônica é publicada em jornais e revistas (se oral, em rádio e TV
também). Em geral, ela apresenta comentários de um cronista sobre algum fato
noticiado na semana ou mesmo reflexões – de maior ou menor profundidade –
feitas com base em alguma cena cotidiana e corriqueira, às vezes com traços de humor,
às vezes com traços de lirismo e, em alguns casos, com uma forte presença da
linguagem poética.
Rubem Braga
Leia a seguir uma crônica de Rubem Braga.
Observe como a linguagem é leve, informal, de forma facilitar a comunicação com
o leitor. Observe também que recursos poéticos foram utilizados.
MEU
IDEAL SERIA ESCREVER…
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça
que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais
engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas
ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito
e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história
fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida
de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma
ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria –
“mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal
que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher,
a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido
pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a
irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse
conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem
poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do
outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a
alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha
história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e
tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha
história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres
colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu
não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados,
seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha
história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil
maneiras, e fosse atribuída a um persa ,
na Nigéria, a um
australiano, em Dublin, a um
japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura,
a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da
China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi
uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena
ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por
nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de
um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma
história do céu que se filtrou
por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos
me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu
responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um
desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a
contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história…”
E eu esconderia
completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só
segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre
está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de
meu bairro.
Após a leitura da
crônica de Rubem Braga, responda!
1. A expressão que melhor
sintetiza o tema do texto é:
a) A incompetência de um escritor em criar um
texto cômico.
b) A dificuldade de um escritor em montar um
texto cômico.
c) A incapacidade de um
escritor de compor um texto cômico.
d) O desejo de um escritor de produzir um
texto cômico.
2. A história idealizada pelo
autor provocaria nas pessoas em geral
a) a alegria e o riso já esquecidos no dia-a-dia
de problemas e preocupações.
b) a cura de suas doenças – tanto as doenças
físicas quanto as psicológicas.
c) uma
volta aos dias da infância, quando a vida era simples e se ria de tudo.
d) uma
reflexão acerca dos problemas do cotidiano.
3. As reticências no título da crônica, “Meu
ideal seria escrever...”, indicam
a) intervalo de silêncio em que o autor
imagina a história ideal.
b) interrupção da narrativa para corrigir um
erro.
c) ironia e malícia a ser
empreendida pelo leitor.
d) supressão de uma parte da história.
4. Identifique os tipos de figuras de
linguagem utilizados nas construções das frases a seguir:
I. “Ah, que minha história fosse como um raio
de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa,
enlutada, doente”.
________________________
II. “Que nas cadeias, nos hospitais, em todas
as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão
irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com
lágrimas de alegria...”.
________________________
III. “E que ela aos poucos se espalhasse pelo
mundo e fosse contada de mil maneiras...”.
_______________________
1. Hipérbole.
2. Metáfora.
De acordo com o que você leu no capítulo 4,quando
estamos interessados em conseguir trabalho, é comum enviarmos – por e-mail ou
pelo correio (ou entregarmos pessoalmente) – um currículo.
Você viu que currículo
(ou curriculum vitae) é um gênero
textual que tem por objetivo apresentar as qualificações e nesse texto são
reunidas e organizadas informações de ordem pessoal e formação educacional, bem
como a experiência profissional de quem se candidata a determinado emprego ou
trabalho.
É bom lembrar
que o currículo será lido e avaliado por um encarregado da seleção de pessoal,
que precisa ter acesso rápido às informações, já que, provavelmente, recebe
muitos currículos por dia. Daí ser importante ressaltar o que há de mais
relevante para o cargo/função em vista.
5-Escreva o seu currículo. Observe quais informações devem ser
apresentadas e como podem ser organizadas:
NOME COMPLETO_____________________________________
___________________________________________________
[Deve aparecer em tamanho maior que o restante do
texto. Pode ser destacado utilizando-se o negrito.]
Nacionalidade_______________
Estado civil_________________
Idade______________________
Endereço completo____________________________________________________ Telefone para contato___________________
E-mail_______________________________
Objetivo____________________________________________________
[Escrever o cargo ou função pretendida.]
Formação educacional__________________________________________
___________________________________________________
[Escrever o grau de escolaridade, nome da escola em que
estudou/estuda e ano de ingresso e de conclusão do curso. Se o curso ainda não
tiver sido concluído, escrever apenas o ano de ingresso. Por exemplo:]
Experiência profissional _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
[Escrever o nome da empresa em que trabalhou, ano de
ingresso e ano de saída, cargo ocupado e uma breve descrição das atividades
realizadas. Por exemplo:]
• Clínica São José: 2008 – 2010 Cargo: recepcionista Principais
atividades: atendimento ao público, pessoalmente e por telefone; organização de
agenda médica; entrega de exames e receitas.
Informações adicionais_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
[Informar outras habilidades que, de algum modo, possam
contribuir para conseguir o trabalho pretendido. Por exemplo, conhecimentos de
alguma língua estrangeira; conhecimentos de informática etc.]
Lembre-se de que a linguagem do currículo é
formal e a norma culta da língua deve ser respeitada. Um currículo bem redigido
e bem apresentado é um passo importante para conseguir o que se deseja.
Sucesso!
Até breve!
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